PAISAGENS DA FAVELA NA CIDADE MARAVILHOSA:
REPRESENTAÇÕES DO RIO DE JANEIRO NO CINEMA INTERNACIONAL CONTEMPORÂNEO
Resumo
A cidade do Rio de Janeiro é uma das locações mais recorrentes na produção cinematográfica nacional e costuma a “representar” o Brasil na maioria das produções estrangeiras, atualizando e criando um grande repertorio imagético da cidade no exterior. O foco deste texto recai em filmes contemporâneos em que a paisagem carioca não é mero pano de fundo para a trama, sendo central para a narrativa. Neste sentido, partimos do pressuposto que a favela carioca recebe muito destaque nas produções estrangeiras colaborando com um novo imaginário espacial da “cidade maravilhosa”. Partir-se-á do papel retórico das paisagens representadas nos filmes, isto é, do seu poder de síntese da cidade através de certas imagens simbólicas, numa abordagem própria à Geografia Cultural.
Referências
AMANCIO, T. O Brasil dos gringos: imagens do cinema. Niterói: Intertexto, 2000.
BENTES, I. Sertões e favelas no cinema brasileiro contemporâneo: estética e cosmética da fome. In: ALCEU: Revista de Comunicação, Cultura e Política. v.8, n.15. jul-dez/2007. Rio de Janeiro: PUC, Dep. de Comunicação Social. pp. 242-255.
BARBOSA. J. L. “Paisagens Americanas: Imagens e Representações do Wilderness”. In: Espaço e Cultura. Rio de Janeiro, vol. V, 1998, p. 43-53.
______. “A arte de representar como reconhecimento do mundo: o espaço geográfico, o cinema e o imaginário social”. In: GEOgraphia, Revista do programa de Pós-graduação em Geografia da UFF, Niterói: UFF/EGG, ano II, n.3, 2000, p. 69 - 88.
______. Paisagens da Natureza, Lugares da Sociedade: a construção imaginária do Rio de Janeiro como “cidade maravilhosa”. In: Biblio 3W – Revista Bibliográfica de Geografía y Ciencias Sociales. Vol.XV, n.865. Barcelona: março, 2010.
______. As paisagens crepusculares da ficção científica: a elegia das utopias urbanas do modernismo. Niterói: Editora da UFF, 2013. 231p.
BERDOULAY, V. B. Espaço e cultura. In: CATRO, I. E. ; GOMES, P. C. C.; CORRÊA, R. L. Olhares geográficos: modos de ver e viver o espaço.Rio de Janeiro. Bertrand Brasil, 2012. p. 101-131.
COSGROVE, D. A Geografia Está em Toda Parte: Cultura e Simbolismo nas Paisagens Humanas. In: CORRÊA, R. L.; ROSENDAHL, Z. (orgs.). Paisagem, Tempo e Cultura. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1998. p. 92-123.
FLÉCHET, A. Um mito exótico?A recepção crítica de Orfeu Negro de Marcel Camus (1959-2008) In: Significação, nº32. 2009. p.44 -62
GÁMIR ORUETA, A. Produciendo lugares: industria cinematográfica e imaginario espacial, en Anales de Geografía de la Universidad Complutense de Madrid, vol. 33-1, pp. 33-61. 2013.
______, La consideración del espacio geográfico y del paisaje en el cine, en Scripta Nova Revista electrónica de Geografía y Ciencias Sociales, vol. XVI, nº 403. 2012.
______, y VALDÉS, C. M. Cine y Geografía: espacio geográfico, paisaje y territorio en las producciones cinematográficas, en Boletín de la Asociación de Geógrafos Españoles, vol. 45, 2007. pp. 157-190.
GOMES, P. C. da C. “Cenários para a Geografia: Sobre a espacialidade das imagens e suas significações”. In: CORRÊA, R. L.; ROSENDHAL, Z. (orgs). Espaço e cultura: Pluralidade Temática. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2008, p. 187-209.
HAESBAERT, R. Identidades territoriais. In: CORRÊA, R. L.; ROSENDAHL, Z. (orgs). Manifestações da cultura no espaço. Rio de Janeiro: EdUERJ, 1999, p.169-188.
LUKINBEAL, C. Cinematic Landscapes In: Journal of Cultural Geography 23(1), Fall/Winter , 2005 – pp3-22
MACIEL, C. A. A. Metonímias geográficas: imaginação e retórica da paisagem no semi-árido pernambucano. Tese (doutorado), UFRJ/CCMN, Geografia, 2004.
MORIN, K. M. Landscape: representing and interpreting the world. In: CLIFFORD, J. Nicholas, et all. Key concepts in geography. SAGE Publications Ltd. 2009.
SALES, G. P. S.; GUEDES-BRUNI, R.R. Floresta da Tijuca: paisagem de memória, história e biodiversidade. Revista Cátedra Digital, v 6, p. 1-6, 2009
TURNER, G. Cinema como prática social. São Paulo: Summus, 1997. 174 p.